Postagem 009

Olá amigos do samba!

É com imensa alegria que essa coluna chega ao capítulo em homenagem a Renato Lage. Reconhecido por uma plasticidade moderna, com recursos estéticos sofisticados, Renato é bem mais que o pai do high tech na Sapucaí. Ele desenvolveu uma linguagem carnavalesca extremamente didática, repleta de simbolismos, que renderam momentos históricos ao carnaval.           

Seu nome é sinônimo de boa de composição, de desenho arrojado, de inovação tecnológica e espetáculo de qualidade. Ao longo dos anos ajudou a consolidar o aperfeiçoamento das técnicas de execução do espetáculo. Por muitas  vezes próximo do designer, caminhando lado a lado com o futurismo, mas sem nunca deixar de valorizar a essência da festa de momo: a alegria. Renato Lage é sem dúvida um dos maiores mestres do carnaval de todos os tempos e um dos gigantes que trabalham atualmente.

Valoroso filho artístico de Fernando Pamplona, seu início foi como auxiliar do mestre maior em 1978 no Salgueiro, comandando a produção das alegorias. Passou pelo Império Serrano, Unidos da Tijuca, Caprichosos de Pilares. Mas foi com Lilian Rabelo em 1990 que Renato iria encontrar o palco perfeito para seu trabalho. Neste ano assumiu a difícil tarefa de reinventar a identidade da Mocidade Independente de Padre Miguel após a perda do grande Fernando Pinto. “Vira virou, a Mocidade chegou” inaugurou a era Renato na verde e branca, que rendeu 3 títulos ( o bi em 91 e depois em 96). Casamento perfeito entre artista e escola. Posso citar poucos casos de associação tão forte quanto a de Renato e a Mocidade: Rosa Magalhães e Imperatriz; João Trinta e Beija-Flor. Esses são casos raros de vinculação permanente no mundo dos artistas do carnaval. São nomes que impuseram seu jeito de fazer em  suas respectivas escolas que norteia até hoje as condutas plásticas destas agremiações.

Hoje no Salgueiro Renato reconstrói a identidade da escola da Tijuca, onde já conquistou mais um título para seu currículo.     

Eis um grande artista; estrela maior do bom gosto e da sofisticação. Arte em altíssimo nível. Independente e acima dos resultados, Renato Lage na avenida é sempre a certeza de um grandioso espetáculo,  pensado em seus mínimos detalhes, incrivelmente belo.

Jorge Luiz Silveira.