Salve mundo do samba!
Hoje presto uma homenagem a todos os pesquisadores do carnaval. Tente fazer um exercício simples de observação sobre a história do Brasil e contemple seus grandes vultos. Muitos deles são retratados por pintores, livros, teses de universidades. Mas pense naqueles que teriam tudo para desaparecerem no tempo: Zumbi dos Palmares, Chica da Silva, Chico rei, e tantos outros que vieram à luz da história por meio do samba. Sem o trabalho de nossos estudiosos enredistas, muitos dos grandes heróis e personalidades emblemáticas da nossa história estariam de fora dos relatos “oficiais”.
Atualmente é até comum as universidades estudarem personalidades esquecidas pelas páginas de nosso imaginário, mas essa iniciativa foi sim popular. Sempre foi através das escolas de samba que esses vultos forma reconhecidos e exaltados. Mas que isso: é a escola de samba a grande responsável pela popularização dessas personalidades, mostrando de maneira lúdica ou historicista a vida e a época desses indivíduos.
Espero poder ver cada vez mais a academia reconhecendo o mérito do discurso das escolas de samba como teses reais sobre a construção de nossa identidade. As agremiações são pólos de cultura, trazendo para as novas gerações um pouco de suas raízes mais profundas, ajudando o processo de conhecimento e reconhecimento de nosso papel no espaço e no tempo. Elas levam ao pé da letra o termo “Escola” de samba. São produtoras de conhecimento e tem que ter seu valor reconhecido pelo importante papel que desempenham nesse sentido.
Você conhece outro formato de pesquisa maior que um desfile de carnaval, apresentado com música, alegria, cultura e elementos cênicos? Se você conhecer me conte! Professores de todas as disciplinas: levem o samba para as salas de aula, e permitam que seus alunos tenham contato com a história do Brasil, contada por brasileiros, no mais brasileiro dos formatos! E viva o enredo de carnaval!
Jorge Luiz Silveira.
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